FullMetal Alchemist: The Sacred Star of Milos

Muito divertido este filme de Naruto Shippuu- ué, certeza que é de FullMetal Alchemist?

Este assunto rende facilmente um outro artigo, mas o fato é que cada vez mais estão frequentes as adaptações cinematográficas de franquias bem-sucedidas na telinha da TV; e um dos responsáveis por este frenesi em obras mais voltadas para o público mais hardcore sem dúvida foi o retumbante sucesso de FullMetal Alchemist: The Conqueror of Shamballa no longínquo 2005.

E se naquele procurava-se dar um final definitivo a série de TV que foi sensação entre 2003~4, quase uma década depois, após o final da também bem-sucedida releitura da série pelos mesmos produtores da primeira versão com diferente staff transmitida em 2009~10, decidiu-se simplesmente seguir a rota fácil e óbvia de um filme adaptado de um consagrada série de battle shounen no qual os personagens vivem uma aventura paralela que apenas tangencia o original.

Hagane no Renkinjutsushi: Mirosu no Sei-naru Hoshi, ou FullMetal Alchemist: A Estrela Sagrada de Milos, lançado nos cinemas japoneses em Julho/2011 e posteriormente lançado em DVD+BD em Fevereiro/2012, é simplesmente isso: uma aventura paralela aonde os carismáticos protagonistas viajam para um lugar especial no qual irão, ao longo dos cento e dez minutos de duração do longa, viver um misto de ação e drama feito tanto para o fã inveterado da série quanto para o mais casual que somente quer comer um balde de pipoca com Coca-Cola enquanto acompanha aqueles rostos familiares explodindo tudo.

Claro que o que temos aqui ainda é FullMetal Alchemist, e um dos baixos do roteiro é simplesmente inserir de forma não-natural alguns elementos marcantes para a franquia somente para tornar esta obra supostamente digna do nome; claro que pode até enganar certa fatia dos fãs, mas outros devem ficar é mais chateados em como estes são simplesmente jogados em FMA: Milos.

Mas como também dito no Gyabbo!, a própria estrutura do filme foca-se nos novos personagens – principalmente na garota [sim, ela tem somente dezesseis anos!] Julia Crichton; e em um filme feito para contar basicamente a história destes e de sua terra, os irmãos Edward e Alphonse Elric ficam praticamente em um limbo entre o protagonismo e o papel de coadjuvante.

Claro que eles ajudam – e muito – o enredo a se mover, e mais do que isso, são obviamente a ponte entre o espectador e aquele novo pedaço do mundo [inspirado na Índia, para a qual o diretor Kazuya Murata chegou a viajar para aprofundar-se na pesquisa focada no filme] de FullMetal Alchemist que é abordado aqui, mas no geral temos somente um grande fanservice [no sentido amplo, de elemento feito sob medida para agradar os fãs, e não no mais específico e consagrado entre muitos de peitos e similares].

Mesmo assim, estes são os personagens mais interessantes do filme; o drama de Julia Crichton e o personagem inicialmente conhecido como Melvin Voyager, fugitivo de uma prisão em Amestris que no fundo é o grande fio condutor de toda a história [e principal alvo dos diversos plot twists presentes nela] apenas convence, sendo que esta dupla de personagens é mediana por demais para causar qualquer impressão mais profunda no espectador.

Claro que o filme tende a ser plot-driven [focado no enredo] e baseado demais na estrutura típica das obras citadas no começo do artigo, mas isto não justifica a falta de refinamento [cuidado até há, mas isto não é o suficiente] presente aqui. Absolutamente tudo é prevísivel, nenhum momento chega a ser marcante e certos trechos [como a longa pausa para explicação algo didática do enredo exatamente na metade da fita] chegam a ser, sim, chatos.

Drama a parte [no qual cada palavra a mais é um risco de soltar SPOILER – a obra independe de eventuais segredos para ser apreciada ao máximo, mas não há necessidade de ampla discussão disto aqui, portanto o melhor é deixar para você, espectador, eventualmente assistir a obra], o tíquete aqui vale a pena principalmente pela ação presente aqui, de forma muito mais integrada e intensa que na série de TV.

Apesar de FullMetal Alchemist ser obviamente um battle shounen o ritmo imposto pelo roteiro original de Hiromu Arakawa acabou sendo diferenciado por levar este aspecto de uma forma apenas complementar – claro que as lutas existiam e eram importantes, mas ali o enredo sempre estava em primeiro lugar, sendo que essas podiam ser sacrificadas livremente em prol de maior foco neste.

Já neste original de Yuuichi Shinbou a todo momento está acontecendo algo, desde cenas de correria até grandes batalhas entre alquimistas que culminam em um final de clima épico que soa totalmente forçado [ao contrário do que ocorre na série de TV de 2009] pelo simples fato de que: como diabos aqueles personagens tão poderosos são simplesmente ignorados no principal?

De novo, é uma obra que é melhor apreciada se não tentarmos associá-la com o nome FullMetal Alchemist; e assim, temos o ambiente criativo criado pelo roteiro, com Table City no alto do platô aonde, muito abaixo de um imenso desfiladeiro, vivem os pobres – e favelizados – habitantes do que um dia foi a antiga e próspero reino de Milos, muito bem-explorado na dinâmica da ação.

Até existem algumas lutas, mas o principal mesmo é muita correria, invasão e perseguição ao longo deste imenso palco; e tudo isso é coreografado de forma extremamente variada, sendo mérito tanto do roteiro que criou estas possibilidades mas principalmente da direção que sim, aqui está afiada.

E claro que também temos que falar aqui da escolha mais polêmica adotada por este filme: o foco grande na animação, com bastante liberdade para os animadores fazerem literalmente o que quiserem [claro, dentro do script] e buscando acima de tudo ser, mesmo que com orçamento não muito alto, ser aquela animação de qualidade fluida e detalhada conhecida no Japão como sakuga.

Este processo, que começa no character design aqui ser até simplificado face a versão televisiva, mostra a que veio principalmente durante as muitas cenas de ação do filme. Aqui, o que importa é ser fluido e passar movimento, mesmo que largamente as custas de qualquer estabilidade no design de qualquer personagem. Muitos podem nem perceber, alguns vão torcer o nariz, outros vão ficar empolgados: sim, é ame-ou-odeie.

Gostando ou não, temos que pensar que temos aqui algo muito, muito acima da média. Claro que não tem o orçamento e a experiência que permitem a polidez presente principalmente nas obras do Studio Ghibli, mas claramente percebe-se que reuniu-se o melhor do estúdio de animação BONES para entregar talvez a melhor obra de 2011 neste quesito.

Enfim, bom filme de One Piece, que diverte a muitos – e deve ser assistido da melhor maneira possível para aproveitar a competente parte técnica [e sim, a trilha de Taro Iwashiro continua igualmente afiada] ao mesmo tempo que tem um gostinho especial para os fãs da franquia ao lhes dar mais duas horas dentro daquele universo tão especial. Medianamente esquecível? Com certeza. Fraco? Nunca!

Claro que já foi citada neste artigo, mas vale ressaltar que a leitura do artigo do blog parceiro Gyabbo! sobre este filme é recomendada como uma segunda opinião a respeito. Boa leitura!

5 Comentários

Arquivado em Reviews

5 Respostas para “FullMetal Alchemist: The Sacred Star of Milos

  1. Geraldo Garcia

    É mais ou menos por aí mesmo…mas Fullmetal é Fullmetal,então é só não esquentar demais com o que o filme representa para os animes ou o mangá em geral e curtir mas uma aventura dos Elrics(Caça-níqueis?Sem dúvida!Chato e desanimador?Jamais!).

  2. seapher

    Acho que o filme se resume como “totalmente dispensável”, ao contrário do caro redator da matéria achei a animação muitíssimo fraca e chegou a me incomodar em vários momentos, esses que foram longos e tediosos, do filme.

    Acho que o próprio “The Conqueror of Shamballa”, consegue ser um FILME muito melhor em todos os aspectos, indo do roteiro até a animação, claro que ele tem a vantagem de ser um longa que é baseado em uma obra original, o primeiro anime, esse tenta ser apenas uma aventura no meio das várias dos irmãos Elric e por isso não pode ter tanta relevância, mas não o redime das suas incontáveis falhas.

    Minha opinião final é: Poderia ter aproveitado meus 110min de uma forma muito melhor (olhando para o teto, por exemplo) do que vendo esse filme.

  3. oi -q

    achei o character design muito fail (cara… OLHA AS PONTAS DOS CABELOS) junto com a animação, sou uma putinha sem valores?

    • Character design realmente achei feio, mas é aquilo: foi intencional para caramba, e tudo neste filme no aspecto arte/animação é altamente ame-ou-odeie. Lide com isso. Então sim, é uma putinha sem valores. Assim como eu também sou.

Deixe um comentário