Primeiro Episódio: Natsuyuki Rendezvous

E o “anime de hipster” da temporada estreia.

Depois do adorado pelo fandom Tsuritama e do já considerado um clássico da animação japonesa Sakamichi no Apollon, Natsuyuki Rendezvous chega com a difícil missão de manter o nível do bloco noitaminA – ou ao menos tentar.

Começando com o pé direito, conhecemos a vida do protagonista dessa história, Ryuusuke Hazuki. Jovem, vive em uma rotina em que o melhor momento de seu dia é passar em uma floricultura de seu bairro, e assim, poder, mesmo que brevemente, conversar com a sua amada, Rokka. Posteriormente, consegue um trabalho nessa floricultura, porém esconde os seus sentimentos em relação a Rokka, até que o fantasma de seu falecido marido o retira dessa zona de conforto.

Em um clima agradável típico de uma novela da tarde, Natsuyuki toma o seu tempo pra contar essa história de amor um tanto inusitada. E, tendo o mangá apenas quatro volumes, não há pressa para isso. Diferente de Sakamichi no Apollon, há todo o tempo possível para o anime ser concreto sem que haja cortes em partes do mangá. Esse fato permite um ritmo gostoso de ser apreciado: nem tão lento, nem tão acelerado, perfeito para um romance calmo e atípico como esse. Ponto para a preparação da equipe responsável.

O roteiro do anime é simples, mas a montagem das cenas é bem feita, deixando os acontecimentos ligados. Quase tudo está em cena porque há um real significado para a trama, inclusive os pensamentos do protagonista, muito bem colocados durante o episódio. A animação contribui nessa montagem: é bela, sabe brincar com as cores nos momentos certos. Há uma interação positiva entre esses dois fatores.

Os personagens ainda podem – e vão – ter um crescimento interessante. A relação entre os três protagonistas, que é o que importa na trama até o momento, se transformará em um drama um pouco mais pesado mais à frente, mas isso não deve interferir no sentimento que esse anime passa. É um plot sincero e que não soa pretensioso, apesar do caráter cult da obra. Não parece haver intenção de alterar essa realidade com o decorrer dos episódios.

Ao mesmo tempo que é maduro, o anime não é pretensioso. A maturidade é natural e provém dos personagens, que não seguem arquétipos comuns da animação japonesa. São adultos como quaisquer outros, portanto têm defeitos, cometem erros e, principalmente, não são exagerados no quesito personalidade. Natsuyuki Rendezvous, nesse primeiro episódio, é verossímil quanto aos sentimentos, e é nessa naturalidade e honestidade que se encontra a leveza que ele passa.

Apesar de não ter a polidez de Sakamichi no Apollon, a direção do anime é competente e o seu roteiro brilha e tem um potencial grande de torná-lo o melhor anime da temporada. É só se manter nesse ritmo, nessa forma, nessa fluidez. Assim, por que não apostar nele como um dos melhores do ano? Potencial é o que não falta.

O Bom: Diferente; Honesto; Cult sem ser pretensioso; OP e ED casando-se perfeitamente com o anime.
O Ruim: OST que pouco chama atenção; Falta polidez para ser lembrado como Apollon.

6 Comentários

Arquivado em Primeiro Episódio

6 Respostas para “Primeiro Episódio: Natsuyuki Rendezvous

  1. Sigo concordando plenamente. Aliás, ponto para Uta Koi e Natsuyuki que conseguem se desvencilhar das amarras do pseudo-cult com facilidade. Claro que Natsuyuki é infinitamente melhor e tals… 😛

    Espero que consigam tirar o melhor desses personagens. Gostei por fugir do padrão de protagonista bishoujo, embora ela seja bonita. O carinha que é interessado na Rokka, me lembra o Daikichi de Usagi Drop XDD

  2. hajimee

    junto com SAO, é o melhor da temporada até agora. Concordo com tudo dito

  3. Vou ter que contestar suas críticas, sobre não ter uma OST que destaque nem uma direção que chame atenção como em Apollon. É contraditório, pois você mesmo afirma que não é pretensioso, é natural e calmo. Nesses pontos onde Apollon parecia ser melhor é porque ele claramente fazia a cena com a música com o objetivo de esbanjar, algo que não cabe aqui em Natsuyuki.

    Eu estou acompanhando o graças ao anime começaram a traduzir.
    Na minha opinião a adaptação é mais que perfeita. Quando você assisto ao episódio já vê o quanto é bem feito, bem planejado, só que isso fica ainda mais claro quando compara com os capítulos do mangá. Não apenas as cenas estão integralmente lá como elas estão melhoradas. Há falas a mais, ângulos a mais, e quando pensaram melhor mudaram um pouco a forma como as cenas aconteceram, como por exemplo o anime deu mais destaque para a mulher que estava se casando, mostrando ela trabalhando dentro da floricultura e conversando com a Barokka. Ficou mais orgânico.

    Apenas minha opinião, está no mesmo nível de Apollon, no mesmo, não abaixo.

    • lmalafaia

      Sim, é natural e calmo. Mas IMO não justifica a falta de uma polidez maior, muito menos uma OST que brilhe. Temos um Mushishi aí pra provar isso. Não é por não ter pretensão que algo num nível elevado no quesito técnico não possa ser feito. Mas não é algo que prejudique o anime. Não chega a ser uma falha, só poderia ser um pouco melhor trabalhado.

  4. Pingback: Primeiras Impressões Gerais da temporada de Animes do Verão/2012 « Xtreme Divider

Deixe um comentário